Na altura do ano de 1545, Duarte Coelho Pereira, donatário da Capitania Hereditária de Pernambuco, autorizado pelo Rei Dom João III, chefiou a 1ª Expedição de Exploração do Rio São Francisco, partindo da foz com destino a nascente.
No Diário de Bordo daquela aventura pioneira, Duarte Coelho Pereira anotou, entre tantas paisagens e pontos importantes avistados pela primeira vez por um europeu, no que interessa especificamente à História e à Geografia de Xique-Xique: um enorme arquipélago, uma ipueira circundada pelo arquipélago e uma lagoa. Os belos espaços geográficos encontrados por Duarte Coelho Pereira o levaram a escrever, em seu Diário de Bordo, como sendo esta localidade um lugar mais do que chique, um lugar chique-chique.
No ano de 1683, na área geográfica que veio a se tornar o município de Xique-Xique, o Barão da Casa da Ponte Antonio Guedes de Brito instalou a Fazenda Pedras, a primeira deste perímetro territorial, que ainda existe, e teve seu período histórico de glória, chegando a ser distrito judiciário e administrativo, entre os anos de 1861 e 1938, ou seja, durante setenta e sete anos.
Registre-se e perpetue-se na História de Xique-Xique que, no ano de 1685, o espaço localizado na margem leste da Ipueira foi escolhido por Theobaldo José Miranda Pires de Carvalho, para estabelecer a sede de sua famosa e histórica Fazenda Praia.
Em alguns anos a Fazenda Praia se tornou um arraial.
Segundo uma lenda, por iniciativa de um tropeiro, residente na Ilha do Miradouro, foi construída uma capela, em cumprimento a uma promessa, a qual ele dedicou ao Senhor do Bonfim e Bom Jesus.
Logo, o surgimento da capela na Fazenda Praia atraiu dezenas de moradores de outras fazendas que passaram a construir suas moradias em torno da capela.
No ano de 1700, através de ato assinado por Dom Sebastião Monteiro da Vide, primeiro arcebispo do Brasil, o arraial passou a ser uma freguesia, passando a se denominar Senhor do Bonfim e Bom Jesus de Chique-Chique.
Havendo nascido sob o signo econômico de fazenda de criação de gado e agricultura de subsistência, desde o começo Chique-Chique e sua área de influência conseguiram na Serra do Açuruá inumeráveis pepitas de ouro, diamantes e outros metais e pedras preciosas e semipreciosas de garimpos de aluvião, atraindo aventureiros de várias partes, que se somavam a sua população.
No dia 06 de julho de 1832, estando a freguesia de Senhor do Bonfim e Bom Jesus de Chique-Chique em condições de ser emancipada politicamente, o Conselho Provincial da Bahia assinou ato criando o município, desmembrando-o do de Jacobina, tendo sido instalado no dia 23 de outubro de 1834, quando tomou sua primeira Câmara Municipal, composta por sete membros, cujos nomes são: Álvaro Antonio de Campos, Antonio Joaquim de Novais Sampaio, Ernesto Augusto da Rocha Medrado, João Xavier da Costa, Clemente Sancho Pereira da Franca, Manoel Netto Martins e Francisco Antonio da Rocha.
O Brasil, durante o período Imperial, foi administrado pela Constituição de 25 de março de 1824, a qual omitia a existência de prefeitos e intendentes municipais. O presidente da Câmara Municipal cumpria o papel de chefe do poder executivo. A partir da Constituição de 1891 criou a figura do intendente municipal, sendo o coronel Gustavo Magalhães Costa o primeiro a ser nomeado para administrar Chique-Chique. A partir de 1930 o intendente municipal passou a ser chamado de prefeito municipal.
No dia 14 de dezembro de 1857, pela Lei Provincial nº 650, foi criada a Comarca de Xique-Xique, sendo primeiro Juiz o Dr. Francisco Pacheco Pereira. Entre os juízes e promotores que atuaram na Comarca de Chique-Chique, naquele período, estão o Dr. Alfredo José da Conceição Machado, Luiz Viana e Fernando da Conceição Machado. Lei Estadual de 03 de agosto de 1892 extingue a Comarca de Chique-Chique.
No dia 21 de agosto de 1915, a Lei Estadual nº 1.119 restaurou a Comarca de Chique-Chique.
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